Clara Sverner Sé III: Século XX, a São Paulo Modernista

Evento realizado em:
19/10/2019 na Catedral da Sé

A partir da metade do século XIX até o início do século XX, a cidade de São Paulo passa a se consolidar como uma cidade grande, industrializar-se e transformar-se em metrópole de escala mundial. O concerto de Clara Sverner apresentará no coro da Catedral da Sé obras que marcam essa passagem, com enfoque especial para a música na Semana de Arte Moderna de 1922. Destaque para a execução de obras tocadas por Guiomar Novaes na ocasião. Ícone da história do piano no Brasil, Novaes foi aluna de Furio Franceschini, Mestre de Capela responsável pela música da Catedral da Sé entre 1908 e 1976, amigo de Mário de Andrade e por ele à época considerado “incontestavelmente um dos homens que mais conhecem música no Brasil”. No reperório, peças de Chiquinha Gonzaga, Debussy, Villa Lobos, Ernesto Nazareth e Glauco Velasquez. Terceiro concerto da série de 6 apresentações que abordarão diferentes momentos e camadas históricas presentes na trajetória da praça que abriga o Marco Zero de São Paulo.

Sobre

Intérprete de talento reconhecido por público e crítica do Brasil e do exterior, Clara Sverner teve sólida formação que se iniciou em São Paulo com o professor José Kliass. Aperfeiçoou-se mais tarde nos centros musicais mais avançados: como o Conservatório de Genebra, onde recebeu uma medalha de ouro, e o Mannes College of Music, de Nova Iorque. Premiada no Concurso Internacional Wilhelm Backhaus, ainda adolescente iniciou a vitoriosa carreira que a tornou uma das mais prestigiadas virtuoses brasileiras. Apresentou-se em recitais e concertos pelo Brasil e em turnês para platéias da Europa, dos Estados Unidos, do Japão e de Israel. Em seus programas exibe um repertório que escolhe meticulosamente, privilegiando, antes de tudo, a qualidade estética, o arrojo da invenção e a carga expressiva das músicas que executa. Clara Sverner é uma artista inquieta que não se cansa de se aperfeiçoar, pesquisar e ousar. No domínio da música clássica brasileira, principal responsável pela redescoberta das obras de Glauco Velásquez. Pioneira, também, na revalorização da produção pianística de Chiquinha Gonzaga, a quem dedicou várias gravações. Na sua fecunda parceria com o saxofonista Paulo Moura, aboliu fronteiras, abriu-se para outros universos sonoros, explorando um repertório que abrangia desde os clássicos da nossa música popular, como Pixinguinha, até obras especialmente compostas para o duo por Almeida Prado, Gilberto Mendes e Ronaldo Miranda.